O Pedro Pinto foi um dos primeiros membros do nosso clube. Agora estuda numa escola secundária, está já no 11º ano, mas continua a colaborar connosco. É com enorme prazer e muitas saudades que iniciamos as publicações de textos neste novo ano letivo com um texto da sua autoria.
Da minha janela, por
detrás das cortinas transparentes acinzentadas, encontro uma barreira que se
opõe ao exterior do meu quarto. Não sendo capaz de observar a paisagem da
vizinhança recorro às minhas memórias e tento recordá-la.
Mesmo sendo a noite
criança, consigo imaginar o nascer do Sol, tornando o céu azul avermelhado
visível ao longo do meu campo. As nuvens que o percorrem ainda não adquiriram a
pressa de desaparecer.
Recordo-me vagamente de
duas das quatro casas observáveis da minha janela, pois conheço de cor os
pormenores daquelas que me captaram a atenção. Uma diferencia-se pela sua cor
amarela, outra pelas suas duas enormes árvores, impondo-se à memória de cada um
e abrigando uma enorme diversidade de vida.
Por fim, procuro
constatar a certeza das minhas capacidades e decido abrir as portadas,
despertando os bandos resguardados que me provocam a cegueira, repetindo o
ponto de partida.
Pedro Pinto
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