Na sexta-feira passada, estivemos à conversa com a escritora Margarida Pogarell, na Biblioteca da escola. Antes, lemos o livro Valdemar e escrevemos textos, criando uma personagem diferente com o mesmo nome ou dando à história um final diferente. Alguns desses textos foram lidos e oferecidos à autora, e agora é a todos vocês que os oferecemos! Ora leiam!
Um animal chamado Valdemar
Certo
dia, um animal muito estranho – diria eu- andava a passear sozinho pelo campo
fora. Era muito feio e, só por isso, ninguém queria ser amigo dele. O seu corpo
franzino resultava de um cruzamento entre cobra e escorpião, daí a alcunha de
“escobra” que lhe assentava na perfeição! Mas essa alcunha não agradava nada à
sua mãe, fora batizado de Valdemar em pequeno, logo,
não necessitava de mais nenhum nome.
Desagradada
com a alcunha atribuída ao filho, resolveu contar-lhe acerca da existência de
um velho animal idêntico a Valdemar, que vivia numa seara longínqua.
Passados
muitos anos, já em idade adulta, Valdemar resolveu partir à procura do tal
animal semelhante a ele, de que a sua mãe lhe falara.
Ao longo
da viagem deparou-se com muitos imprevistos: chuvas torrenciais, fogos
destruidores e, até, o pior de tudo: crianças!!! Mas, de todas elas, havia uma
em particular que tinha medo e nojo de Valdemar.
-
Acalma-te, não te faço mal. – disse Valdemar.
Assustada,
a menina nem respondeu, apanhou-o e colocou-o numa caixa de fósforos.
Apressou-se a chegar a casa para o observar com atenção.
- Estás
vivo? – perguntou a menina.
- Estou,
mas estou muito cansado, esta caixa não é nada confortável!
- Mas o
que te trouxe para estes lados?
- Vim à
procura de um animal como eu, que segundo a minha mãe vive aqui perto, numa
seara. Podias levar-me lá?
- Sim,
podemos ir, mas primeiro preciso da autorização dos meus pais.
Depois de
convencidos, lá foram todos com o Valdemar dentro da caixinha de fósforos.
Chegados
ao local, depararam-se com uma linda seara onde vivia um homónimo de Valdemar.
Este ficara extasiado pelo facto de tudo se ter concretizado, tinha valido a
pena a viagem dentro da caixinha de fósforos! Já no seu leito de morte,
confidenciou à menina:
-
Obrigado por me teres cá trazido e por seres uma boa amiga!
- Acorda,
acorda…
Os olhos
da menina entristeceram-se profundamente, mas quis pensar que, enquanto
pensasse nele, para ela, ele estaria vivo.
Vítor
Fernandes, 6ºC
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