Histats

terça-feira, 16 de outubro de 2012

A vida de uma aspirina




Alguém está com dores de cabeça?!...
No seguimento de um texto já aqui publicado este ano, escrito por uma professora, outro, escrito por uma aluna, membro do nosso clube.


     O nervoso miudinho ataca-nos logo à nascença, na fábrica. Primeira pergunta: para que farmácia seremos levados? Mas não é a única na cabeça de uma aspirina recém-nascida, somos logo bombardeados por uma família inteira! A filha: quais vão ser os nossos irmãos na embalagem? O filho: será que chegamos ao estômago de alguém? O pai: como será a vida da pessoa que nos vai engolir? Mas a mãe de todas as perguntas é esta: quem será que nos vai engolir?... É impossível saber!
     Há, no entanto, um desejo comum a todas as aspirinas: ir parar à farmácia mais próxima da rua onde vive a menina Ana Clara e a sua família. Porquê? É ultrassecreto, mas vou abrir uma exceção, visto que a minha mãe está distraída no outro lado da embalagem 'aspirina 500', e vou contar-vos. Nós, as aspirinas, temos uma vida dentro do corpo da pessoa que nos engoliu, aí deixamos de ter um aspeto de aspirina e passamos apenas a ser uma nuvem...aspirinosa! Nesse momento passamos a ir para todo o lado com a pessoa que nos ingeriu. Já viram o que é pertencer a um menino que passa os dias ao computador? Não vemos nada, não aprendemos nada e nem sequer nos mexemos! Por isso todos querem ir para dentro do estômago tão perfeitinho da Ana Clara, que é uma menina muito inteligente, que viaja muito e lê as mais belas histórias! 
     Eu sou uma das aspirinas mais felizes do mundo, pois há cerca de cinco meses que estou no armário de medicamentos da mãe da Ana Clara e hoje já saí cá para fora porque a pobre menina está cheia de dores de cabeça. Que honra poder ajudá-la! No fundo, no fundo, vou agora deixar de ser uma aspirina inexperiente para me tornar uma doutora com óculos de sabichona, pois vou viajar pelos continentes, ler as mais belas obras e, sobretudo, falar com as mais inteligentes células do cérebro humano! Deixo este breve resumo da vida de uma aspirina na secretária da mãe da Ana Clara para ela o publicar no seu blogue e para que todos, assim, o possam ler!
     E agora deixem-me aproveitar a descida pelo esófago!...

        Bárbara, Clube de escrita criativa

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