Histats

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

À conversa com... Margarida Pogarell

Na sexta-feira passada, estivemos à conversa com a escritora Margarida Pogarell, na Biblioteca da escola. Antes, lemos o livro Valdemar e escrevemos textos, criando uma personagem diferente com o mesmo nome ou dando à história um final diferente. Alguns desses textos foram lidos e oferecidos à autora, e agora é a todos vocês que os oferecemos! Ora leiam!




Um animal chamado Valdemar

Certo dia, um animal muito estranho – diria eu- andava a passear sozinho pelo campo fora. Era muito feio e, só por isso, ninguém queria ser amigo dele. O seu corpo franzino resultava de um cruzamento entre cobra e escorpião, daí a alcunha de “escobra” que lhe assentava na perfeição! Mas essa alcunha não agradava nada à sua mãe, fora batizado de Valdemar em pequeno, logo, não necessitava de mais nenhum nome.
Desagradada com a alcunha atribuída ao filho, resolveu contar-lhe acerca da existência de um velho animal idêntico a Valdemar, que vivia numa seara longínqua.
Passados muitos anos, já em idade adulta, Valdemar resolveu partir à procura do tal animal semelhante a ele, de que a sua mãe lhe falara.
Ao longo da viagem deparou-se com muitos imprevistos: chuvas torrenciais, fogos destruidores e, até, o pior de tudo: crianças!!! Mas, de todas elas, havia uma em particular que tinha medo e nojo de Valdemar.
- Acalma-te, não te faço mal. – disse Valdemar.
Assustada, a menina nem respondeu, apanhou-o e colocou-o numa caixa de fósforos. Apressou-se a chegar a casa para o observar com atenção.
- Estás vivo? – perguntou a menina.
- Estou, mas estou muito cansado, esta caixa não é nada confortável!
- Mas o que te trouxe para estes lados?
- Vim à procura de um animal como eu, que segundo a minha mãe vive aqui perto, numa seara. Podias levar-me lá?
- Sim, podemos ir, mas primeiro preciso da autorização dos meus pais.
Depois de convencidos, lá foram todos com o Valdemar dentro da caixinha de fósforos.
Chegados ao local, depararam-se com uma linda seara onde vivia um homónimo de Valdemar. Este ficara extasiado pelo facto de tudo se ter concretizado, tinha valido a pena a viagem dentro da caixinha de fósforos! Já no seu leito de morte, confidenciou à menina:
- Obrigado por me teres cá trazido e por seres uma boa amiga!
- Acorda, acorda…
Os olhos da menina entristeceram-se profundamente, mas quis pensar que, enquanto pensasse nele, para ela, ele estaria vivo.

Vítor Fernandes, 6ºC

Sem comentários: